Um amigo imaginário

 

 

- Hey menina, o que faz ai sozinha?
- Você por aqui?
- Eu achei que você estaria precisando de mim.
- Talvez.... Faz tempo que você não aparece.
- Faz tempo que você não precisa de mim.
- Faz tempo? faz tempo que eu ando precisando de você, e você não sente isso.
- Acho que não sou mais um bom amigo imaginário.
- Você é sim, me desculpe, eu que não sou a melhor pessoa pra se cuidar.
- Você era a menina mais doce de se ser amigo quando era nanica.
- Eu ainda tinha aquele brilho nos olhos, e uma paixão no coração.
- E aonde foi parar esse brilho nos olhos?
- Perdi em algum canto.
- Vamos procura-lo então?
- Não...
- Porque não menina?
- Deixa lá, agora não precisa.
- Porque não, eu posso saber?
- Não ando precisando de brilho nos olhos, nem de um sorriso no rosto.
- Não diga isso minha menina.
- Eu só estou cansada, de ter que tira-los, ou perde-los.
- O que fizeram com você?
- Você me abandonou e eu me perdi.
- Você cresceu.
- No fundo eu ainda sou aquela criança eu acho.
- Mais não queira mais ser.
- Só quero que segure a minha mão.
- Pelo tempo que você precisar menina.
* E ali ela ficou, como criança, imaginando seu amigo imaginário de tempos antigos, imaginando por um tempo que tinha alguém para segurar a sua mão naquele momento aonde ela só queria alguém, não precisava falar nada. Só mostrar que estava ali.*